No Brasil, a Black Friday acontece este ano na última sexta-feira do mês de novembro, no dia 26. O evento é conhecido por oferecer grandes oportunidades aos consumidores e também ajuda empresas que procuram aumentar vendas e receitas.
Apesar da época ser conhecida como uma boa oportunidade para comprar ações de empresas do varejo, é preciso ficar atento com alguns fatores. Na última quinta-feira (11), em mais um sinal de dificuldades na economia, o IBGE divulgou o volume de vendas do varejo brasileiro, que registrou queda de 1,3% em setembro na comparação com agosto. Foi a maior queda para um mês de setembro na série histórica, que em 2000.
Apostar em papéis aguardando alta nas vendas com a Black Friday pode trazer mais riscos do que benefícios ao investidor. Segundo Gilvan Bueno, gestor educacional da Órama, a alta da inflação e o nível baixo de consumo da população pode impactar negativamente nos números das varejistas.
“A gente pode ter uma Black Friday, em questão de circulação da economia, baixa […] isso pode ser uma sazonalidade e não uma perpetuidade. É uma sazonalidade, mas não é algo perpétuo, é algo passageiro e pouco verdadeiro para a gente pensar em maneira construtiva ao longo prazo”, reforça Gilvan.
Nesta época do ano, é necessário que os investidores sejam cautelosos na hora de comprar ações, principalmente aguardando uma melhora do setor, já que a época é conhecida por fortes aumentos nas vendas e retorno de faturamento às empresas. De acordo com Gilvan, se comparado com ano passado, provavelmente as vendas da Black Friday serão melhores do que as registradas no primeiro ano de pandemia, em 2020.
“Pode ser positivo por um motivo. Como ano passado foi muito ruim, tudo comparado ao ano passado, não vai ser muito ruim. Mas, comparado a 2019, vai ser péssimo”, finaliza Gilvan.
Grandes varejistas sentem os impactos da inflação
O Magazine Luiza (MGLU3) apresentou seus resultados referente ao terceiro trimestre de 2021, com lucro líquido de R$ 143,5 milhões. O resultado é uma queda de 30% em relação ao lucro líquido do mesmo período de 2020. O Ebtida do Magazine Luiza somou R$ 134,8 milhões. O valor representa uma queda de mais de 75% em relação aos R$ 546,1 milhões reportados no mesmo período do ano passado.
Já a Via (VIIA3), ex-via varejo, divulgou um lucro líquido de R$ 101 milhões no terceiro trimestre de 2021, com prejuízo de R$ 638 milhões, impactado por provisões para processos trabalhistas, que somam R$ 810 milhões.
O setor de supermercados também está sentido o impacto. Na terça-feira (9), o Carrefour Brasil (CRFB3) divulgou lucro líquido ajustado de R$ 621 milhões para o terceiro trimestre, queda de 18% em relação a um ano antes.
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