Atualizado às 12h25
O Ibovespa opera em campo negativo no pregão desta sexta-feira (12). O principal índice da B3 recua 1,30%, aos 106.199,38 pontos. O mercado repercute o volume de serviços prestados no país, que teve queda de 0,6% em setembro, frente a agosto, enquanto os analistas esperavam uma alta de 0,5%.
Além disso, balanços corporativos divulgados entre a noite de ontem e a manhã de hoje também estão no foco dos investidores.
Vale (VALE3) registra perda de 0,63% (R$ 67,58), depois de o minério de ferro ter fechado em baixa de 4,96% em Cingapura, a US$ 88,15 a tonelada. Já as siderúrgicas operam mistas: Usiminas (USIM5) sobe 0,22% (R$ 13,49) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) +0,28% (R$10,63), enquanto CSN (CSNA3) perde 0,70% (R$ 22,59) e Gerdau (GGBR4) -0,16% (R$ 25,07). Petrobras, por sua vez, segue a cotação do petróleo no mercado internacional: ON (PETR3) cai 0,66% (R$ 27,14), e PN (PETR4) perde 0,76% (R$ 26,25).
Entre os indicadores, a Pesquisa Mensal se Serviços (PMS) apontou queda de 0,60% em setembro ante agosto, aquém do estimado. Natura (NTCO3), teve queda de 28,6% em seu lucro líquido no terceiro trimestre, lidera as perdas do índice, com recuo de 10% (R$ 36,02), seguida por Magazine Luiza. Os papéis da varejista (MGLU3) têm desvalorização de 9,16% (R$ 12,40), depois de queda de 89% no lucro líquido ajustado entre julho e setembro. Já Americanas S.A. lidera os ganhos, com valorização de 9,11% (R$ 38,56). A varejista teve alta de 568%no lucro líquido entre julho e setembro, na base anual. Grupo Soma (SOMA3) também registra valorização (+5,48% (R$ 16,19), após reverter prejuízo e ter lucro líquido de R$ 88,3 milhões no 3° trimestre.
Na véspera, o índice fechou em alta de 1,54%, cotado a 107.594,67 pontos. Volume financeiro ficou em R$ 36,8 bilhões.
O dólar fechou em queda de 1,74%, cotado a R$ 5,404.
Cenário interno:
O indicador de volume de serviços divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) teve queda de 0,6% em setembro, frente a agosto. O mercado esperava uma alta de 0,5%.
A semana foi marcada por indicadores econômicos importantes, na qual o mercado pode ver uma inflação mais alta do que o esperado, e também uma queda mais forte do que o esperado nas vendas do varejo, indicadores do setor de serviços fecham a semana. A partir de todos os resultados, o mercado terá uma ideia mais clara de como devem vir os dados do PIB do país.
Cenário externo:
Neste último dia da semana, os mercados asiáticos encerraram a semana registrando ganhos puxados por ações de montadoras, no Japão, e também por papéis da indústria, na China.
Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei teve alta de +1,13% a 29.609,97 pontos com as ações de montadoras em destaque. Na China, o índice Xangai teve ganho de +0,18% (3.539,10 pontos) e o Shenzhen subiu +0,38%. Ações do setor imobiliário tiveram perdas ajustando ganhos da sessão anterior.
Na Europa, a produção industrial da zona do euro recuou 0,2% em setembro, na comparação com agosto, informou nesta sexta-feira a agência oficial de estatísticas da União Europeia, Eurostat.
Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda maior, de 0,7%. Na comparação anual, a produção da zona do euro avançou 5,2%, ante expectativa de alta de 4,1% dos analistas.
A Eurostat informou ainda que a queda mensal de 1,6% antes informada para agosto foi revisada, para um recuo de 1,7%. Na comparação anual, a produção industrial da região cresceu 4,9% em agosto (de 5,1% antes informado). Com informações da Dow Jones Newswires.
Os futuros de NY indicam abertura em alta das bolsas americanas, com o de Dow Jones subindo 0,22%; o de S&P +0,18% e o de Nasdaq +0,27%. Na volta do feriado do Dia dos Veteranos nos EUA, que fechou o mercado de Treasuries, o investidor aguarda indicadores como o relatório sobre empregos Jolts de setembro e a prévia do índice de sentimento do consumidor de novembro.
Dólar:
O dólar passava a subir em relação ao real, depois de registrar queda nos primeiros negócios desta sexta-feira, mas caminhava para encerrar a semana com perdas após progresso da PEC dos Precatórios no Congresso ser apontado como possível motivo de redução da incerteza fiscal doméstica.
Às 10:10, o dólar avançava 0,22%, a 5,4152 reais na venda, depois de chegar a cair 0,18% na mínima do dia, a 5,3933 reais.
Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha ganho de 0,42%, a 5,437 reais.
A alta desta manhã vem depois de, na véspera, a divisa norte-americana à vista despencar 1,80%, a 5,4031 reais na venda, mínima para encerramento desde o início de outubro. É comum, depois de movimentos expressivos na taxa de câmbio, haver uma realização de lucros.
Investidores também estavam elevando a cautela antes de um final de semana prolongado, já que na segunda-feira os mercados domésticos permanecerão fechados devido a feriado, disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos.
Mesmo com a recuperação desta manhã, a moeda norte-americana continuava a caminho de apresentar baixa de quase 2% em relação ao fechamento da última sexta-feira, o que Nagem atribuiu ao noticiário em torno da PEC dos Precatórios. Caso isso se confirme, o dólar registrará sua segunda semana consecutiva de perdas.
Investidores têm mostrado otimismo em relação ao andamento da PEC no Congresso desde terça-feira, quando foi aprovada em segundo pela Câmara dos Deputados. A proposta modifica a regra de pagamento dos precatórios –dívidas do governo cujo pagamento foi determinado pela Justiça– e altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA.
Em meio à percepção de que o governo vai, de qualquer maneira, fornecer auxílio à população de 400 reais por família em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição, a PEC dos Precatórios passou a ser vista por muitos participantes do mercado como a alternativa de financiamento menos nociva à saúde das contas públicas.
Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar rondava a estabilidade nesta sexta-feira, mas continuava em patamares elevados, acima da marca de 95,00, após dados de inflação norte-americanos desta semana elevarem as expectativas de aperto monetário mais cedo do que o esperado pelo Federal Reserve.
O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos teve em 12 meses o maior avanço em 30 anos, levantando dúvidas sobre a visão de autoridades do banco central do país de que a inflação é “transitória”. Caso o Federal Reserve eleve os custos dos empréstimos para esfriar as pressões sobre os preços, o dólar pode ser beneficiado globalmente.
Balanços corporativos:
Cogna
A Cogna (COGN3) registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 121,8 milhões no terceiro trimestre de 2021, o que indica uma redução de 25,2% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 162,8 milhões.
Sabesp
A Sabesp reportou lucro de R$ 468,6 milhões no terceiro trimestre, 11,1% a mais do que os ganhos apurados um ano antes. Na mesma base de comparação, a receita líquida teve alta de 16,1%, chegando a R$ 5,15 bilhões nos três meses. Já a geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 1,79 bilhão em valores ajustados, 18,2% acima de igual período de 2020.
Raízen
A Raízen (RAIZ4) teve lucro de R$ 1,07 bilhão no segundo trimestre do exercício 2021/2022 – o equivalente ao terceiro trimestre do ano -, mais do que o dobro (alta de 149%) do ganho de R$ 429,4 milhões apurado no mesmo período de 2020.
IRB
O IRB (IRBR3) encerrou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo contábil de R$ 155,7 milhões, queda de 27% ante os R$ 215 milhões do ano passado. Do lado recorrente, a empresa lucrou R$ 44,5 milhões.
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Com Reuters e BDM