
Atualizado ás 12h31
O Ibovespa opera em alta de 2,41% 108.522,69 pontos nesta quinta-feira (11). Hoje, saíram dados importantes do varejo e o mercado ainda digere o avanço da PEC dos Precatórios que agora vai para o Senado. Além disso, uma série de balanços trimestrais seguem sendo apresentados.
O setor de siderurgia lidera as altas do índice: CSN (CSNA3) +7,09% (R$ 22,67); Usiminas (USIM5) sobe 6,63% (R$ 13,51); Gerdau (GGBR4) +5,53% (R$ 25); Metalúrgica Gerdau (GOAU4) +5,63% (R$ 10,70); % (R$) enquanto Vale (VALE3) tem alta de 4,46% (R$ 68,62).
A queda do petróleo não afeta a procura por Petrobras, que registra ganhos: ON (PETR3) +0,77% (R$ 27,53) e PN (PETR4) +0,68% (R$ 26,61). Dentre as maiores quedas, Via (VIIA3) lidera, recuando 10,35% (R$ 6,32) e voltando a leilão. Houve aumento das despesas em processos judiciais trabalhistas mostrados no balanço do 3TRI. Além disso, o Credit Suisse rebaixou duplamente a recomendação da empresa (de outperform para underperform) e reduziu o preço-alvo de R$ 9,50 para R$ 5,50. Locaweb (LWSA3) vem sem seguida, com desvalorização de 6,57% (R$ 19,62). Empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 25,6 milhões no 3TRI, alta de 96,5% na comparação anual.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou ontem em alta de 0,41%, cotado a 105.967,51 pontos.
O dólar fechou em leva alta de 0,10%, cotado a R$ 5,500.
Cenário interno:
A PEC dos Precatórios continua sendo um destaque em Brasília, os investidores agora espera o avanço da PEC dentro do Senado. Uma das principais razões para que a PEC fosse aprovada é a possibilidade do governo gastar mais no Auxílio Brasil, programa que substitui o Bolsa Família.
O setor varejista brasileiro registrou queda das vendas bem acima do esperado em setembro, mostrando dificuldades de recuperação em um ambiente de inflação elevada no país.
Em setembro as vendas varejistas tiveram recuo de 1,3%, na comparação com agosto, quando houve expressiva queda de 4,3% na base mensal.
As duas quedas seguidas se deram depois de o setor atingir em julho a maior alta do ano, com crescimento de 3,1%.
O dado de setembro divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representou ainda uma queda muito mais intensa do que a esperada em pesquisa da Reuters, de 0,6%.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o varejo apontou recuo de 5,5% nas vendas em setembro, também bem mais forte do que expectativa de uma queda de 4,25%.
“O componente que joga o volume para baixo é a inflação. As mercadorias subiram de preço”, destacou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “O crédito de pessoas físicas e jurídicas diminuiu, os juros aumentaram e ainda tem a inflação para influenciar o poder de compra dos consumidores.”
Em setembro, a inflação oficial no Brasil foi de 1,16%, já tendo acelerado a 1,25% em outubro na base mensal.
SUPERMERCADOS
Das oito atividades pesquisadas em setembro, seis apresentaram queda no mês. As perdas mais intensas foram verificadas em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,6%), Móveis e eletrodomésticos (-3,5%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,6%).
Mas o maior peso no resultado de setembro foi exercido por Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 1,5%.
Por outro lado, as vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria ficaram estáveis, enquanto as de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos avançaram apenas 0,1%.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve queda de 1,1% nas vendas em setembro. Veículos recuaram 1,7%, enquanto materiais de construção tiveram perda de 1,1%.
Buscando se recuperar do impacto da pandemia de coronavírus, o varejo enfrenta o desemprego e a inflação elevados, e vem apresentando volatilidade em seus resultados, destacou Santos.
Desde fevereiro de 2020, foram três picos negativos (abril de 2020, março de 2021, e setembro de 2021) e pelo menos dois picos de altas (outubro e novembro de 2020 e julho de 2021), segundo o IBGE.
O cenário atual ainda é de elevação dos juros, o que encarece o crédito, com a taxa básica Selic em 7,75% ao ano.
“Não há como expandir gastos e compras com crédito mais caro, renda menor e inflação”, completou Santos.
Cenário externo:
Nesta quinta-feira (11), a maioria das bolsas da Ásia fecharam em alta, com destaque para a China, onde o índice Xangai encerrou o pregão positivo em +1,15% a 3.532,79 pontos, e o Shenzhen com +1,14%.
Esse avanço é devido à reação de papéis de incorporadoras diante de sinais de que Pequim poderia relaxar sua política para o setor. Também a Evergrande contribuiu para as bolsas operarem em alta, após uma série de pagamentos de bônus para evitar default. Várias incorporadoras tiveram mais de 10% de alta neste pregão chinês.
Nesta manhã de quinta-feira (11), as bolsas europeias operam majoritariamente em alta, em meio a preocupações com a inflação americana e alívio em relação à Evergrande, após notícias de uma série de pagamentos de bônus para evitar default. Mais cedo, o PIB do Reino Unido avançou 1,3% no terceiro trimestre na comparação com período anterior, abaixo da previsão dos analistas (+1,5%).
Dólar:
O dólar caía com força frente ao real nesta quinta-feira, chegando à casa dos 5,44 reais nas mínimas da sessão em meio a expectativas crescentes de que o Banco Central endurecerá o ritmo de seu aperto monetário devido às pressões inflacionárias domésticas.
Às 9:49, o dólar recuava 0,91%, a 5,4526 reais na venda, depois de chegar a tocar 5,4440 reais na mínima do dia, queda de 1,06%.
O principal contrato de dólar futuro tinha queda de 0,80%, a 5,4670 reais.
A movimentação desta quinta-feira vem depois de, na véspera, o real ter apresentado desempenho muito superior ao de alguns de seus principais pares emergentes, apesar da disparada internacional do dólar na esteira de dados de inflação mais fortes do que o esperado dos Estados Unidos.
Investidores atribuíram a resiliência recente da divisa brasileira a expectativas de que o Banco Central pode intensificar seu atual ritmo de elevação de juros, uma vez que dados domésticos sobre os preços ao produtor continuam a surpreender para cima.
Na quarta-feira, o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,25% em outubro, após alta de 1,16% no mês anterior, alcançando a maior variação para o mês desde 2002 (1,31%). Em 12 meses, a alta foi de 10,67%, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).
“Nossa avaliação é que o Banco Central precisa acelerar o ajuste da política monetária para evitar perder totalmente o controle sobre as expectativas, que já sinalizam perda da meta para a inflação em 2022”, disse a Genial Investimentos em nota.
A meta de inflação para o ano que vem é de 3,5%, com margem de tolerância de 1 ponto percentual para mais ou para menos. A taxa Selic está atualmente em 7,75% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC promover alta de 150 pontos-base em seu último encontro.
Juros mais altos tendem a tornar o mercado de renda fixa doméstico mais atraente, consequentemente elevando a demanda pelo real.
Investidores também estão de olho no noticiário em torno da PEC dos Precatórios. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que ficará a cargo da relatoria da proposta na Casa, afirmou acreditar que há chances de senadores manterem o texto aprovado pela Câmara. Ele não descartou, no entanto, que possa ser aprimorado.
Aprovada em segundo turno na terça-feira pela Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) modifica a regra de pagamento dos precatórios –dívidas do governo cujo pagamento foi determinado pela Justiça– e altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA.
Em relatório desta quinta-feira, o Bradesco disse que “a aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara removeu parte das incertezas do cenário fiscal, mesmo com o prosseguimento da proposta no Senado, o que ajuda a explicar também a dinâmica dos mercados locais, especialmente curva de juros e taxa de câmbio.”
No mercado de juros futuros, as taxas dos principais DIs rondavam a estabilidade na curva até janeiro de 2027.
Na véspera, o dólar spot fechou em alta de 0,21%, a 5,5024 reais na venda.
Balanços:
O mercado segue acompanhando a divulgação dos resultados das empresas brasileiras no terceiro trimestre.
Bradespar
A Bradespar, empresa controlada pelo Bradesco e uma das principais acionistas da Vale, encerrou o terceiro trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 1,175 bilhão ante resultado positivo de R$ 796,608 milhões registrado no mesmo período de 2020.
Entre julho e setembro a empresa registrou receita operacional de R$ 1,163 bilhão. Já no acumulado dos primeiros nove meses do ano, reportou receita operacional recorde de R$ 5,159 bilhões, ante R$ 1,238 bilhão no mesmo período de 2020.
Helbor
A Helbor (HBOR3) registrou lucro líquido de R$ 22 milhões no terceiro trimestre de 2021, crescimento de 45% na comparação anual.
A Margem Líquida do período atingiu 7,8%, ante 4,7% no trimestre anterior, enquanto a receita líquida caiu 12%, para R$ 283,5 milhões.
Oi
A Oi apresentou prejuízo líquido consolidado de 4,811 bilhões no terceiro trimestre de 2021, uma piora de 86,5% ante perdas de R$ 2,580 bilhões registrado em igual intervalo de 2020.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1,398 bilhão entre julho e setembro, montante 5,86% menor que o apurado no mesmo período do ano passado. Já o Ebitda de rotina foi de R$ 1,460 bilhão, em linha com o registrado um ano antes.
Taesa
A Taesa (TAEE11) registrou lucro líquido de R$ 536,9 milhões no terceiro trimestre, o que indica uma queda de 18,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a empresa, a redução teve dois motivos principais. O primeiro foi o IGP-M menor registrado entre os períodos comparados (2,05% no 3T21 contra 6,67% no 3T20), que afetou negativamente a receita de correção monetária e a equivalência patrimonial.
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