A inflação global foi o tema central da discussão econômica, como destaca a SPX Capital em sua carta mensal referente ao mês de outubro, intitulada “Transitória, enquanto dure”. A gestora resgatou os últimos anos de políticas monetárias no mundo para explicar a atual situação.
“Na última década, o mundo passou pelo maior experimento monetário já implementado na história econômica”, destacou a carta, que falou sobre juros. “Os principais bancos centrais do mundo escolheram testar um território desconhecido, com agressivos cortes de juros, que levaram as taxas para níveis jamais vistos e por intermédio de intensas compras de ativos, que levaram seus balanços a um tamanho sem precedentes.”
A normalização da política monetária global já é possível de ser vista, apesar do caráter extremamente expansionista ao redor do mundo, como afirmou a SPX. A getora lembrou, porém, que a pandemia e a retomada econômica trouxe outros riscos, e acabam influenciando a inflação também.
“Houve um relevante choque nas cadeias de produção, uma política fiscal extremamente expansionista, uma escassez de mão de obra global e um forte choque de energia”, afirmou.
Mesmo que a inflação seja transitória, como coloca em dúvida a gestora, o processo de normalização das políticas monetárias está em ritmo mais lento que o necessário: “O comportamento das expectativas de inflação revela a necessidade de um processo de normalização mais rápido do que tem sido indicado. Essa potencial mudança de regime monetário pode ser extremamente relevante e pode mudar os padrões de mercado que vimos na última década”.
Brasil
A SPX destacou que o Brasil vai no caminho oposto das grandes economias e está aumenta a fragilidade diante do cenário mundial já desfavorável. Como exemplo, a gestora relembrou as tentativas de romper o teto de gastos.
“A possibilidade do rompimento do teto de gastos torna muito difícil a estabilização da razão dívida PIB à frente”, disse a empresa. “Entramos em nosso período eleitoral de forma precoce: o curto prazo político parece estar prevalecendo sobre o médio prazo econômico. Teremos eleições, daqui a um ano, e as chances de mudança positiva parecem baixas.”
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