O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou em 1,5 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, nesta quarta-feira (27), em decisão unânime. Assim, a taxa passa de 6,25% para 7,75% ao ano, com objetivo de conter a pressão inflacionária, que está em 10,25% nos últimos 12 meses, de acordo com dados do BC.
O mercado financeiro reagiu a decisão do BC, que pretende realizar aumento semelhante na próxima reunião, nos dias 7 e 8 de dezembro.
“O Banco Central está preocupado com o efeito fiscal na inflação”, comentou Alan Ghani, economista-chefe da SaraInvest, em transmissão da BM&C News. “O que é esse efeito fiscal na inflação? É o aumento do Auxílio Brasil. Então, aumentando o valor do Auxílio Brasil no valor de R$ 400, isso significa que é uma pressão de demanda”, complementou.
Ghani também destacou os impactos das políticas fiscais na inflação e no câmbio: “O Banco Central entende que terá essa pressão de demanda, e isso vai pegar na inflação. Então, outro ponto, piora o dólar, como piorou. E se piora o dólar, pega na inflação”.
O professor Alexandre Cabral acredita que o mercado acordará de bom humor com a alta de 1,5% a Selic. “Eu acho que, teroricamente, o mercado amanhã é bom. Acho que essa curva de juros vai desinclinar bonito em cima disso, e tem chance de a bolsa subir”, destaca Cabral, que faz uma ressalva em relação à PEC dos precatórios, que pode ser votada na Câmara dos Deputados nesta quarta. “Se sair alguma gracinha de precatórios agora até amanhã às nove horas da manhã, essa minha opinião muda.”
Veja repercussão de outros profissionais do mercado financeiro nas redes sociais:
Marco Saravalle, estrategista-chefe da SaraInvest, comentou nas redes sociais também.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, falou sobre os impactos de um novo aumento na taxa de juros devido às complicações da política fiscal em Brasília.
Fernando Ulrich, head de educação da Liberta Investimentos, também comentou sobre uma projeção de 9,25% na Selic.
Renato Breia, sócio-fundador da Nord Research, ironizou pessoas que mostravam certeza na alta de 1,5 ponto percentual na Selic, mas nem tanto.
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