Com a inflação e incertezas políticas em pauta, o mercado vem projetando que, para controlar a alta dos preços, o Banco Central deve acelerar a elevação da Selic. A expectativa é que, com a curva de juros elevada, a tendência é que a demanda caia, fazendo com que a pressão sobre os preços também diminua.
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A base da curva de juros, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), está atualmente em 6,15% e a curva de juros, considerando a taxa e tempo, está inclinada no curto prazo. O professor de economia, Alexandre Cabral, disse que se o BC aumentar o CDI, não obrigatoriamente a curva de juros vai acompanhar a anterior projetando para cima. “A parte longa da curva é incerteza de política e economia, BC não tem domínio lá na ponta [da curva de juros]”, explicou durante participação na programação da BM&C News.
O professor destacou que, caso a Selic suba 1,5 p.p. e o BC dê a entender no relatório que no médio e curto prazo resolveria o problema da inflação e que no longo prazo a economia irá se estabilizar, a curva de juros pode cair. Ainda, assuntos relacionados à PEC dos precatórios também podem impactar a curva dos juros.
“Eu acho que a curva acalma em função do BC, mas não o suficiente para níveis de mês atrás”, analisou Cabral e explicou que não deve abaixar tanto por conta de questões de Brasília. “Dependendo de como passar o precatório hoje, pode ser que minha teoria não se confirme, mas não quer dizer que é o Banco Central que inclinou a curva”.
Na análise, o professor ainda disse que, o BC, subindo o juros, não significa que a dívida do país irá “explodir”: “Aproximadamente de 25 a 27% da nossa dívida é meta Selic. E aproximadamente 75 a 73% da dívida é pré ou NTN-B, que são papéis mais longos, e por isso estão na curva. Se a curva cair, a emissão de semana que vem do governo fica mais barata”, pontuou.
O professor também explicou a diferença de juros reais e nominais e como impactam o mercado.
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