
O Ministério da Economia estuda realizar uma mudança acionária na Petrobras (PETR3; PETR4), de acordo com a CNN Brasil. A ideia do governo é vender parte das ações que a União tem da empresa e deixar de ter maioria das ações. A realização dessa venda seria feita por meio de projeto de lei (PL).
Atualmente, o governo tem 50,5% das ações ordiárias (PETR3) da petroleira e 36,75% do capital total da companhia, que parte desses papéis estão com outra estatal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem cerca de 30%. Conforme reportou o jornal, o objetivo também é que se crie um teto para as participações da Petrobras, com margem máxima de 10% de controle da empresa.
Outro objetivo é colocar a Petrobras no Novo mercado, um segmento mais diferenciado na bolsa de valores, e mudar a estrutura acionária da estatal, inclusive deixando de fazer uma diferenciação entre as ações ordinárias (PETR3), que tem direito a voto, e as preferências (PETR4), que recebem mais dividendos.
De acordo com a B3, o Novo Mercado é um setor altamente diferenciado, que estabelece um padrão de governança corporativa. O padrão de transparência e governança exigido pelos investidores para as novas aberturas de capital, sendo recomendado para empresas que pretendam realizar ofertas grandes e direcionadas a qualquer tipo de investidor. Para ser listada no Novo Mercado, a empresa listadas nesse segmento podem emitir apenas ações com direito de voto, as chamadas ações ordinárias (ON), como é o caso da Vale (VALE3).
Para realizar essa mudança, é preciso que se tenha uma aprovação do Congresso Nacional, por maioria simples. A possibilidade de aprovação na Câmara dos Deputados pode ser mais simples, destacam analistas da CNN, mas o Senado pode oferecer mais resistência.
Após a divulgação de uma possível privatização da Petrobras, a empresa disparou. Pouco antes do fechamento, a empresa registra alta de 7,73% nas ações preferenciais (PETR4), cotada a R$ 29,28. As ordinárias (PETR3), por sua vez, sobem 6,56%, a R$ 29,73.
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Privatização da Petrobras
O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta segunda, em entrevista para uma rádio de Mato Grosso do Sul, que a privatização da Petrobras “entrou no radar” do governo, mas disse que não é um processo imediato.
“Isso entrou no nosso radar. Mas privatizar qualquer empresa não é como alguns pensam, que é pegar a empresa botar na prateleira e amanhã quem der mais leva embora. É uma complicação enorme. Ainda mais quando se fala em combustível. Se você tirar do monopólio do Estado, que existe, e botar no monopólio de uma pessoa particular, fica a mesma coisa ou talvez até pior”, disse Bolsonaro à rádio Caçula, de Três Lagoas (MS).
Essa é pelo menos a segunda vez que o presidente levanta a possibilidade de privatização da petroleira, um tema que estava nos planos do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas não tinha sido analisado por Bolsonaro até agora. O aumento dos combustíveis, no entanto, levou Bolsonaro a falar nesse assunto.
Nova alta nos preços dos combústiveis
A Petrobras vai reajustar mais uma vez os preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. Segundo comunicado divulgado na manhã desta segunda pela petroleira, os novos valores passam a vigorar a partir de terça (26).
Com a alta, o preço médio de venda da gasolina passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, um reajuste médio de R$ 0,21 por litro (alta de 7,04%). É o segundo reajuste no preço do combustível este mês. No último dia 9, a gasolina já havia subido 7,2%.
Já o litro do diesel A passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,28 por litro (alta de 9,15%). A última alta do combustível havia sido em 28 de setembro, de 8,89%.
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