
A inflação e a situação fiscal brasileira são os principais riscos domésticos no radar da equipe da AZ Quest, gestora de recursos com mais de R$ 17 bilhões sob responsabilidade.
Em relatório destinado aos cotistas dos fundos, os gestores destacaram que a inflação continua alta e persistente, em um nível acima de 10% no acumulado de 12 meses finalizados em setembro – o que levou o Banco Central a prever um ciclo maior e mais prolongado de elevação da taxa de juros.
“O mercado, por sua vez, aumentou as expectativas de Selic, com consequentes revisões baixistas para o crescimento econômico de 2022”, diz o relatório da AZ Quest. “Acreditamos que, no momento, as incertezas mais relevantes são as relativas à evolução da inflação e à alteração do regime fiscal [de teto de gastos públicos]”, continuam os gestores.
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Em relação à crise hídrica, a equipe atribui um risco baixo de racionamento no quarto trimestre, por conta do “correto acionamento das usinas térmicas até o fim do primeiro trimestre de 2022”.
Internacional
No cenário internacional, a equipe destaca as expectativas sobre a retirada dos estímulos da política monetária dos EUA e a desaceleração do crescimento econômico na China e na Europa.
“Com isso, as previsões para o crescimento econômico global neste e no próximo ano têm sido cada vez menores, especialmente em decorrência do choque de oferta negativo de commodities energéticas (gás natural, petróleo e carvão), que tem implicado também pressão altista sobre os preços, levando a discussões sobre estagflação na economia mundial”, afirmam.
Na China, a restrição energética – provocada pela redução da emissão de poluentes em um contexto de maior atividade no setor industrial – preocupa. “Para superar essa questão seria importante um posicionamento menos restritivo por parte do Governo e uma descompressão de preços nos mercados de energia”, afirmam os gestores.
Ainda no país asiático, o risco de calote envolvendo a incorporadora Evergrande é baixo na avaliação da AZ Quest. “Porém ainda assim, pode gerar efeitos negativos sobre o crescimento proveniente da menor atividade no setor imobiliário”, pontuam.