
Após uma terça-feira (14) de muita oscilação, com o Ibovespa fechando em queda de 0,19%, cotado a 116.180,55 pontos, o mercado tenta se recuperar. A expectativa é de oscilação mais uma vez nesta quarta-feira (15), mesmo com o índice econômico acima do esperado.
12h18, o Ibovespa cai 0,95%, aos 115.078 pontos.
Também às 10h35, o minério de ferro fechou em forte queda de 4,13%, a US$ 116,65 a tonelada, impactando Vale (VALE3), que recua 1,16% (R$ 93) e as siderúrgicas, que caem em bloco. Gerdau (GGBR4) -0,62% (R$ 27,38); Metalúrgica Gerdau (GOAU4) -0,16% (R$ 12,53); CSN (CSNA3) -0,60% (R$ 32,93); Usiminas (USIM5) -0,64% (R$ 15,58).
Por outro lado, alta do petróleo se reflete na alta dos papéis da Petrobras (PETR3: + 0,90%, R$ 26,92; PETR4: +1,16%, R$ 26,18) e da Petrorio (PRIO3), que avança 2,65% (R$ 20,16).
Política:
De acordo com os dados divulgados hoje, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é uma prévia do PIB nacional, teve alta de 0,6% em julho. A projeção era menor devido a um conjunto de más notícias que levou economistas a projetarem crescimento abaixo de 1% em 2022. Ou seja, um resultado acima do esperado. Além do IBC-Br, há também a repercussão da fala do presidente do Banco Central, Campos Neto, que disse que levará a Selic “para onde precisar levar” para cumprir as metas de inflação.
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Dólar
O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda nesta quarta-feira, rondando a faixa dos 5,25 reais pouco depois da divulgação de dados melhores do que o esperado sobre a atividade econômica brasileira, enquanto os operadores monitoravam as perspectivas para os juros básicos e o clima institucional em Brasília.
Às 10:28, o dólar operava estável, a 5,2590 reais na venda, depois de oscilar entre 5,2304 reais na mínima do dia (-0,54%) e 5,2680 na máxima (+0,17%). O dólar futuro negociado na B3 ganhava 0,32%, a 5,2805 reais.
Os menores patamares do dia foram alcançados nos primeiros minutos de pregão, na esteira da publicação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador teve alta de 0,60% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com dado dessazonalizado divulgado pelo BC nesta quarta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de ganho de 0,40%. [nL1N2QH19C]
Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos, disse à Reuters que, ao mesmo tempo que os investidores digeriam os dados sobre a atividade, também repercutia nos mercados fala da véspera do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em evento de terça-feira, ele disse que o BC levará a Selic para onde for necessário, mas não irá alterar seu plano de voo a cada número de alta frequência que sair.
Em nota, analistas da Genial Investimentos disseram que “a declaração foi interpretada como um recado de que o Copom não deverá acelerar o processo de aumento da taxa Selic na reunião da próxima semana, apesar da surpresa negativa do IPCA de agosto.”
O Banco Central aumentou o ritmo de aperto monetário em seu encontro de agosto ao subir a Selic em 1 ponto percentual, a 5,25% ao ano. Juros mais altos no Brasil tendem a beneficiar o real, de acordo com especialistas, ao elevar a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico.
Enquanto isso, a cautela continuava permeando as perspectivas dos investidores para o desempenho do real nos próximos meses, em meio à deterioração das contas públicas e incertezas institucionais.
“Não acredito em quedas fortes do dólar contra real até o final do ano”, disse Panonko, da Toro. “O momento que a gente vive é incerto, enquanto a crise institucional atrasa reformas e torna a articulação política difícil.”
Uma das principais dúvidas, explicou o analista, é sobre que solução será implementada para a salgada conta de precatórios para 2022, enquanto a aproximação das eleições de 2022 devem elevar a busca por proteção.
Na véspera, o dólar spot fechou em alta de 0,68%, a 5,2589 reais.
Com Reuters e BDM