A Secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, alertou nesta quinta-feira (9) a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que rumores de um calote dos Estados Unidos pode ter consequências drásticas para a economia. Ela pediu aos líderes democratas que aumentem ou suspendam o teto da dívida o mais rápido possível.
Em carta direcionada a Pelosi, Yellen disse que “um atraso que questiona a capacidade do governo federal de cumprir todas as suas obrigações provavelmente causaria danos irreparáveis à economia dos EUA e aos mercados financeiros globais”.
“Aprendemos com impasses passados no limite da dívida que esperar até o último minuto para suspender ou aumentar o limite de dívida pode causar sérios danos à confiança de empresas e consumidores, aumentar os custos de empréstimos de curto prazo para os contribuintes e impactar negativamente a classificação de crédito dos Estados Unidos”, completou.
Yellen reiterou ainda aos legisladores que eles têm até outubro antes que o departamento esgote seus esforços estendidos para prevenir o que ela classificou como “um calote histórico”.
A maioria dos economistas diz que um calote nos EUA pode desencadear uma severa desaceleração econômica e fazer os custos dos empréstimos dispararem na economia americana. Apesar das terríveis consequências, os legisladores fizeram pouco progresso.
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Teto
O teto impede que o Tesouro emita novos títulos para financiar as atividades do governo, uma vez que um determinado nível da dívida, ou data, seja atingido. Esse nível atingiu US$ 22 trilhões em agosto de 2019 e foi suspenso até o final de julho de 2021.
O novo limite da dívida inclui empréstimos adicionais de Washington desde o verão de 2019. O Escritório de Orçamento do Congresso estimou em julho que o novo limite provavelmente chegará a US$ 28,5 trilhões.
Questionada sobre a carta de Yellen durante sua coletiva de imprensa semanal, Pelosi disse na quarta-feira (8) que os democratas não arriscariam “toda a fé e crédito” do governo dos EUA. Ela pediu aos republicanos que apoiassem um aumento do teto da dívida.
Medidas Extraordinárias
As medidas extraordinárias permitem ao Tesouro resgatar certos investimentos em programas de pensão federais e suspender novos, a fim de gerar caixa sem elevar o endividamento total.
Votos para aumentar o teto da dívida não autorizam gastos governamentais adicionais. Um aumento permite que o Departamento do Tesouro continue a pagar por seus gastos anteriores, da mesma forma que os consumidores pagam as contas de cartão de crédito do mês anterior.
Como o Departamento do Tesouro não tem permissão para emitir novas dívidas antes que o Congresso suspenda ou aumente o teto, Yellen e seus tenentes invocaram “medidas extraordinárias” para conservar o dinheiro e evitar estourar o limite de endividamento federal.
A menos que o Congresso aborde o teto, os pagamentos da Previdência Social, Medicare, gastos militares, juros da dívida dos EUA e outras obrigações simplesmente param.
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