
O dólar ficou praticamente estável pelo segundo pregão consecutivo nesta sexta-feira e completou o quinto dia de oscilações bastante moderadas para os padrões domésticos, numa clássica postura defensiva dos agentes financeiros antes das manifestações no Brasil prometidas para o feriado de 7 de Setembro, na terça.
Na segunda-feira, o mercado de câmbio funcionará, mas com baixos volumes por estar espremido entre o fim de semana e o feriado. Com isso, vários operadores decidiram proteger posições já nesta semana.
A expectativa pelos eventos de 7 de Setembro nas ruas e seus desdobramentos na política vem ditando o ritmo dos mercados há alguns dias (junto com a espera, encerrada nesta sexta, pelos dados de emprego nos EUA). Nesta sexta o presidente Jair Bolsonaro deu declarações fortes acerca do tema e disse que as manifestações serão um “ultimato” para aqueles que, segundo o presidente, descumprem a Constituição.
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Já o STF passou a adotar uma série de medidas para se contrapor a eventuais excessos que possam ocorrer nos protestos, preocupado com ameaças feitas por Bolsonaro e aliados dele, disseram fontes da corte com quem a Reuters conversou nos últimos dias.
“Tem gente fazendo paralelo com 2013, quando houve quebradeira. Agora mais gente está vacinada, então pode ir às ruas, e com isso o mercado fica mais na defensiva”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Ele se referia à onda de protestos pelo país em junho de 2013, seguida por forte queda na popularidade da então presidente Dilma Rousseff.
Em meio ao clima político acirrado, o estrategista avaliou ser difícil pensar num cenário de otimismo e menos volatilidade para o Brasil no ano que vem. “O custo de oportunidade para se investir no Brasil já ficou mais alto e temos que esperar o que será.”
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