
Algumas empresas chinesas já começaram a receber instruções detalhadas da SEC (Securities and Exchange Commission) sobre uma maior divulgação do uso de veículos offshore conhecidos como entidades de interesse variável (VIEs) para IPOs, já que existem riscos de que as autoridades chinesas interfiram nas operações da empresa.
No mês passado, o presidente da SEC, Gary Gensler, pediu uma “pausa” nas ofertas públicas iniciais (IPOs) dos Estados Unidos de empresas chinesas e buscou mais transparência sobre essas questões. As listagens chinesas nos Estados Unidos pararam após o congelamento da SEC.
Nos primeiros sete meses de 2020, essas listagens atingiram um recorde de US$ 12,8 bilhões, à medida em que as empresas chinesas capitalizaram no crescente mercado de ações do país.
A SEC também pediu às empresas chinesas uma divulgação de que “os investidores nunca podem deter diretamente participações acionárias na empresa operacional chinesa”, de acordo com o documento.
Muitas VIEs chinesas estão incorporadas em paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman. Gensler disse que há muitas perguntas sobre como o dinheiro flui por meio dessas entidades. A SEC também forneceu requisitos de divulgação relativos ao risco de os reguladores chineses intervirem nas políticas de segurança de dados da empresa, disseram as fontes.
No mês passado, poucos dias após a oferta pública inicial de sucesso da Didi Global, os reguladores chineses proibiram a gigante do compartilhamento de caronas de inscrever novos usuários. Este movimento foi seguido por repressões em empresas de tecnologia e educação privada.
A SEC também pediu para algumas empresas mais detalhes nos casos em que não cumpram com a Lei de Responsabilidade das Empresas Estrangeiras sobre divulgações contábeis para reguladores. Até agora, a China impediu que as empresas compartilhassem o trabalho de seus auditores com o Conselho de Supervisão de Contabilidade de Empresas Públicas dos Estados Unidos.