
Com a inflação em alta, muitas pessoas têm substituído proteínas, como a carne vermelha, por outras mais baratas, como o frango, peixe e ovos. Com isso, a diminuição dessas demandas internas pode trazer prejuízos para as principais empresas do setor.
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Em entrevista exclusiva à BM&C News, Rodrigo Yamamoto, analista da Levante, analisou o cenário para os próximos meses. “As grandes companhias de capital aberto no Brasil têm os resultados majoritariamente vindos de fora das exportações ou até de operações dos Estados Unidos e Europa. Então, a gente vê Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) com resultados muito fortes ou até em outras partes do mundo, onde por lá as margens se mantém”, disse.
Em relação às operações domésticas no Brasil, as margens estão extremamente pressionadas e tem essa troca de demanda por parte dos consumidores: “O maior problema dos grandes frigoríficos brasileiros está mais na parte de custo, porque a demanda sempre vai existir, ainda mais nesse cenário agora que a China tem puxado muito a demanda por carnes bovinas e outros tipos de carne, por conta da peste suína que ainda está persistente por lá”, avaliou.
Rodrigo disse que a JBS e a Marfrig, que são uma das maiores produtoras de proteína do mundo, têm se beneficiado com a alta demanda, preços saudáveis e ainda têm uma oferta saudável de gado nas operações na América do Norte. “Na hora que a gente observa os resultados do Brasil, os custos estão muito altos, aqui está tendo também uma demanda forte por proteína em geral e o ciclo do boi é mais lento. Então os custos aumentaram muito e os preços da proteína da carne não conseguem mais subir para poder acompanhar”, destacou o analista.
Na avaliação do analista, outra empresa do setor, a Minerva (BEEF3) tem uma operação muito forte e bastante espelhada na América Latina inteira, então a companhia consegue uma flexibilidade de produção mais interessante. Diante disso, o mercado havia ficado mais receoso em relação aos resultados da companhia, pois esse cenário já era previsto por especialistas.
Por fim, Rodrigo faz projeção de cenário para as frigoríficas nos próximos meses: “O cenário para o segundo semestre é de que a demanda por carne vai continuar, a China está com esses problemas e está tendo uma retomada forte de atividades dos países desenvolvidos onde tem a vacinação mais avançada, então o único problema é realmente a questão de custos”, avaliou.
Veja a entrevista na íntegra:
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