A adoção global de criptomoedas cresceu mais de 881% no último ano, de acordo com relatório preliminar divulgado pela empresa de análise de blockchain, Chainalysis. Em relação ao 3º trimestre de 2019, período pré-pandemia, esse aumento foi de 2.300%.
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O relatório chamado “2021 Cryptocurrency Adoption Index” destaca que diferente do esperado, o uso de criptomoedas é maior entre os países emergentes do que em nações mais desenvolvidas. Vietnã lidera com folga o ranking com índice 1,00, o maior número do índice.
Os países que completam o top 5 são:
- Índia (0,37),
- Paquistão (0,36),
- Ucrânia (0,29)
- Quênia (0,28).
“Nos países emergentes, as pessoas estão mais pré-dispostas ao risco e mais acostumadas à volatilidade. São lugares onde as criptomoedas, de fato, podem ter um impacto muito maior na vida das pessoas por conta da desigualdade e da dificuldade de acesso ao mercado financeiro, ao dinheiro, ao crédito ou às boas oportunidades de investimentos. Então, o mercado de cripto acaba se desenhando como uma alternativa bem atrativa, principalmente a esses mercados”, disse Helena Margarido, especialista em criptomoedas da Monet.
Ela também afirmou que o novo modelo será impossível de evitar no futuro. “Criptomoedas, na minha concepção, é uma tecnologia inevitável. Ela melhora serviços e aplicações. Torna a vida das pessoas melhor. (…) É uma questão de tempo, mesmo”, disse.
O Brasil ficou na posição 14 de um total de 154 países ranqueados, com índice 0,16. Comparado aos vizinhos sul-americanos, o país está atrás da Venezuela, que divulgou no começo do mês a criação de uma criptomoeda própria, a Bolívar Digital, e está na 7ª posição, com índice 0,25. Argentina (0,19) e Colômbia (0,19) completam.
O Banco Central da Nigéria, que ocupa a 6ª posição, chegou a proibir que os bancos atendessem empresas que operassem com criptomoedas. Como consequência, houve uma corrida por criptoativos e, em determinado momento, a cotação do Bitcoin no país chegou a descolar do restante do mundo, observou Paulo Aragão, cofundador do CriptoFácil e host no Bitcast.
“Naturalmente, isso foi revisto pelo governo local, mas demonstrou a força que os criptoativos possuem em economias mais fracas. Para a população é a única forma possível de fugir de uma inflação galopante que destrói o poder de compra”, disse Aragão.
Ele comentou ainda sobre a posição do Afeganistão (20º) em relação à adoção de criptomoedas. Segundo Aragão, é possível que nos próximos meses haja um aumento na utilização de criptoativos no país afegão devido a todas as instabilidades políticas e econômicas que a nação vive.
Estados Unidos e China caem no ranking
As duas maiores economias do mundo caíram no ranking deste ano. Em 2020, os Estados Unidos estavam em sexto. Este ano, entretanto, ocupam a 8ª posição. A China, por sua vez, foi de quarto para a 13ª colocação do ranking.
O principal motivo pela queda desses dois países foi uma das metodologias, o volume de transação P2P, ou pessoa por pessoa. O país asiático foi da posição 53 para 154, enquanto os EUA foram de 16º para a 109ª posição.
O volume de transação P2P das duas nações caminhavam juntas em relação com as transações do resto do mundo. A partir de junho de 2020, essa atividade aumentou nos outros países, enquanto China e Estados Unidos mantiveram os níveis.
Metodologias
Para a composição do ranking e do relatório, a Chainalysis usou três metodologias principais e colocou em uma escala de 0 a 1, semelhante em relação a outros índices, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice Gini.
A primeira trata-se da atividade total de criptomoedas. Para realizar uma diferenciação em caso de similaridades, o índice pondera o valor com base na Paridade de Poder per capita (PPC), que mede a riqueza do país por residente.
A segundo baseia pela quantidade individual de transações das criptomoedas, e são pensadas envios abaixo de US$ 10 mil. Já a terceira é sobre o volume de trocas P2P, ou pessoa por pessoa.
O relatório completo será disponibilizado em setembro, com mais informações e detalhes.
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