
O Ibovespa retomava a trajetória negativa nesta sexta-feira, após uma trégua na véspera, uma vez que permanecem preocupações com a redução de estímulos monetários nos EUA e o ritmo da recuperação econômica global, além do desconforto com o cenário político e os riscos fiscais no Brasil.
Às 10:04, o Ibovespa caía 0,49 %, a 116.590,7 pontos, acumulando até o momento declínio de 3,8% na semana, que se confirmado será o pior desempenho semanal desde fevereiro.
No mesmo horário, o contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, para 13 de outubro, recuava 1,27%.
Hoje bancos e Petrobras, por seu peso no índice, têm forte participação na queda. Bradesco ON (BBDC3) recua 1,02% e #BBDC4 -0,75%. Itaú Unibanco PN (ITUB4) perde 1,04% e a Unit do Santander (SANB11) -0,82%.
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Petrobras ON (PETR3) desvaloriza 0,66% e PETR4 -0,71%. Já Vale ON (VALE3) e Usiminas PNA (USIM5) não desperdiçam o salto do minério de ferro em Qingdao (+5,86%) e sobem 1,09% e 0,64%, respectivamente.
As bolsas europeias mantêm a tendência de queda registrada ontem, com preocupação ainda na retirada de estímulos nos Estados Unidos. No Reino Unido, as vendas no varejo caíram 2,3% em julho na margem e a previsão era de estabilidade. J
á na Alemanha, o PPI subiu 1,9% em julho em comparação com julho; a alta anual foi de 10,4%, a maior desde janeiro de 1975. Este último dado deve atrair as atenções do Banco Central Europeu. Os investidores também acompanham a expectativa sobre quando o Federal Reserve vai iniciar o tapering e a evolução da variante Delta pelo mundo.
Aqui no Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que ruídos no cenário político têm levado o mercado a aumentar as projeções de inflação do Brasil. Em uma palestra virtual do Council of the Americas, realizada nesta quinta-feira, Campos Neto afirmou: “Há muito ruído na parte do funcionamento institucional do Brasil, a briga entre Poderes”. Para ele, as turbulências têm feito com que as perspectivas em relação a situação econômica do país do mercado sejam consideravelmente diferentes das análises técnicas do Banco Central.
Afeganistão
Um dia depois de afirmar uma “anistia geral” em uma tentativa de convencer a população de que o Talibã mudou, o grupo afirma que as leis no país serão semelhantes às que existiam entre 1996 a 2001, quando o grupo extremista esteve no poder. Waheedullah Hashimi, que é um dos principais comandantes do grupo, disse que não há possibilidade de o país adotar a democracia como sistema para escolher líderes.
Lei de proteção de dados na China
A China aprovou uma lei de privacidade que vai desestimular a coleta ampla de dados de usuários por empresas de tecnologia. O Comitê Permanente do Congresso do Povo do país aprovou a Lei de Proteção de Informações Pessoais em um encontro em Pequim nesta sexta-feira. A lei entrará em vigor no dia 1º de novembro. Segundo o jornal “Estadão”, a nova lei prevê que qualquer organização ou indivíduo que lide com dados pessoais de cidadãos chineses reduza a coleta de informações, e obtenha consentimento prévio para coletá-las.
CPI da Covid
A CPI da Covid quer apresentar o relatório final e encerrar os trabalhos em setembro. Ontem, o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, voltou atrás em um trecho do depoimento prestado nesta quinta-feira após ser ameaçado de prisão e confrontado com documentos que o desmentiam.
Agenda econômica
Na agenda de hoje, Bolsonaro deve vetar o fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões e negociar valor menor no Orçamento. Às 16h, Bruno Funchal, secretário do Tesouro e Orçamento, vai participar de uma live sobre a PEC dos Precatórios, no site Jota. Já o ministro Paulo Guedes vai participa de uma live da Genial Investimentos, às 17h. Às 12h, o Presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, vai participar de um evento sobre desenvolvimentos econômicos e política monetária da Texas Tech University.
*Com Reuters