
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou na última quarta-feira (04) aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. Com isso, a taxa passa de 4,5% para 5,25% ao ano, com objetivo de conter a pressão inflacionária. Esse é o maior nível desde outubro de 2019.
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Apesar da decisão já ter sido esperada pelo mercado financeiro, muitos investidores ficam na expectativa para saber como esse cenário pode afetar os fundos imobiliários e qual o nível pode atingir no fim do ano. Para isso, o estrategista-chefe da SaraInvest, Marco Saravalle, avalia que bancos e corretoras que estavam cogitando uma Selic até 6,5% estão revendo a projeção.
“Não tem 6,5%. A gente tem realmente uma Selic que deve caminhar para um patamar próximo de 7,5%. Talvez os mais pessimistas podem falar de 8%”, analisou o estrategista em entrevista à BM&C News e acrescentou que, falar em uma taxa Selic a 8%, é sim um cenário possível.
O Banco Central já havia sinalizado que no final do ano terá aumento da taxa básica de juros nas próximas reuniões, como relembra Saravalle durante a análise.
Por fim, Saravalle falou de cenário para próximos meses: “A gente tem uma preocupação sim, que é o lado bom, quando a atividade vai se recuperando, lado de serviços que pode trazer pressão para a inflação. A gente teve uma pressão menor no curto prazo em relação às commodities, mas não é o que passou no balanço da Petrobras”, avaliou.
Confira a análise completa de Marco Saravalle:
Fundos imobiliários
Em entrevista, Caio Ventura, analista de Real Estate da Guide Investimentos, avaliou como a alta da Selic e expectativa de 7% no fim do ano pode afetar investidores de fundos imobiliários.
“Eu acredito que continue atrativo em relação ao risco x retorno, entretanto isso vai exigir um stock picker um pouco mais sofisticado para os investidores de fundo imobiliários. Isso porque com o aumento da taxa de juros também é exigido que os fundos imobiliários mantenham o prêmio de risco atrativo e, com isso, os fundo imobiliários tem de continuar sendo capazes de absorver a inflação que continua muito alta, distribuir isso em forma de dividendos, aumentando seus dividendos gradualmente”, analisou Ventura.
O analista completou a análise dizendo que, com a Selic chegando a 7% no fim do ano, o cenário pode se complicar, uma vez que é esperado que esse prêmio de risco acabe se reduzindo. “Nós estamos mais cautelosos com o setor de fundos imobiliários no curto prazo, nos próximos três meses. Eu acho que continua ok, mas depois a gente tem um cenário mais desafiador pela frente”, ponderou Ventura e disse que, para 2022, a tendência é de arrefecimento.
Confira a entrevista na íntegra: