A ocorrência de geadas na última semana, especialmente entre quinta e sexta-feira, que se espalhou desde os estados da região Sul do Brasil, passando por parte do Sudeste e do Mato Grosso do Sul, impactou lavouras perenes e culturas de ciclo curto, caso dos produtos hortifrutigranjeiros, por exemplo, segundo o relatório feito pela consultoria Agro Itaú.
Com o frio atingindo áreas do Paraná, Sul de Minas, Alta e Baixa Mogiana e Cerrado Mineiro, as lavouras de café arábica tiveram os maiores danos entre as culturas perenes, já que essas regiões representam a maior parte da produção nacional.
De acordo com o relatório, os danos não ficaram restritos aos plantios em áreas de baixadas, naturalmente mais sensíveis. Mesmo em áreas em que a geada não ocorreu, portanto sem queima da planta, há efeitos negativos invisíveis na fisiologia da planta, que prejudicarão as próximas floradas e a formação de frutos.
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O que já é possível dizer é que a próxima safra de café (2022/23), de ciclo alto, foi comprometida. Em um primeiro levantamento, a Conab estimou que 21% da área total de arábica sofreu algum grau de dano.
Já a Epamig em conjunto com a Embrapa Café traçou cenários com reduções entre 4 e 11 milhões de sacas no próximo ano.
O cenário de recuperação da produção já era desafiador em função da drástica seca deste ano, que prejudicou o desenvolvimento vegetativo das lavouras.
Já a laranja, saberemos os resultados de alterações nas plantações em pouco menos de 10 dias.