O Ibovespa abriu o pregão desta segunda-feira (26) em leve oscilação em tendência de alta, com investidores atentos ao mercado doméstico no Brasil e no exterior. O dia abre em meio à fraqueza dos pregões europeus e futuros acionários norte-americanos e sem uma tendência definida para o petróleo, embora o minério de ferro tenha subido na China.
Há pouco, o principal índice da B3 (bolsa brasileira) tentava recuperar os 126 mil pontos, ao subir 0,66%, para 125.875,66. Enquanto isso, o dólar recuava 0,75%, para R$ 5,1716, com fluxo positivo e em sintonia com o índice DXY (-0,37%, aos 92,57 pontos) em NY. Os juros futuros arrefeceram da alta inicial, com a queda firme do dólar, e caem nos contratos mais longos.
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No entanto, a expectativa do mercado é de que a bolsa brasileira deva iniciar a semana com fôlego curto, buscando defender a marca psicológica dos 125 mil pontos e fortalecer a trajetória de alta, de modo a aproximar-se do nível dos 130 mil.
Porém, o sinal negativo vindo dos índices futuros de Nova York joga contra essa tentativa, bem como a pressão nos ativos domésticos, em meio ao acúmulo de riscos inflacionários. Tudo vai depender, então, da temporada de balanços, que ganha força nesta semana.
No mercado doméstico, a sensação é de alívio com a baixa adesão à greve dos caminhoneiros prevista para hoje e cede menos às preocupações com a mão pesada da China na regulação de setores da economia.
Boletim Focus
Os ajustes feitos pelo mercado, coletados na pesquisa Focus do Banco Central, estão movimentando o mercado interno e externo. O IPCA para 2021 subiu de 6,31% para 6,56%; e, para 2022, foi de 3,75% para 3,80%.
A Selic para fim de 2021 foi de 6,75% para 7,00% ao ano; e, para o fim de 2022, permaneceu em 7,00% a.a. O mercado também monitora o ambiente político, longe de estar apaziguado, após a minirreforma ministerial, e está à espera dos desdobramentos das negociações sobre a reforma tributária.
Futuros
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe oito pontos-base a 6,11%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de 11 pontos-base a 7,54%, o DI para janeiro de 2025 avança oito pontos-base a 8,37% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de seis pontos-base a 8,74%.
O dólar virou e sobe 0,15%, cotado a R$ 5,2181. Ambos os ativos também espelham o dia mais pessimista no mercado internacional.
Enquanto isso, às 9h15 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em agosto de 2021 tinha leve alta de 0,14%, a 126.170 pontos.
Altas
Os setores de siderurgia e mineração são o sustentáculo do Ibovespa hoje, com a alta de 0,70% do minério de ferro em Qingdao. Mas a alta do principal índice da bolsa paulista é limitada pelo comportamento negativo dos futuros em Wall Street. Vale ON (VALE3) sobe 0,95%, Usiminas PNA (USIM5) +2,13%, CSN ON (CSNA3) +1,44%, Gerdau PN (GGBR4) +0,65% e Gerdau Metalúrgica PN (GOAU4) +1,26%.
Os papéis da CSN (CSNA3) registram alta de 3,50% (R$ 47,34) e os da Usiminas (USIM5), que avançam 2,62% (R$ 20,73) , se destacam entre as maiores altas do Ibovespa nesta segunda-feira, após a alta de 0,70% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao (para US$ 202,74 a tonelada). JBS (JBSS3) também está entre as maiores altas do índice, subindo 2,42% (R$ 31,42), assim como IRB (IRBR3), que avança 2,08% (R$ 5,90) e Santander (SANB11), que tem alta de 1,80% (R$ 40,77).
Apesar da queda do petróleo, Petrobras ON (PETR3) sobe 0,44% e PETR3 +0,49%. A empresa divulga seu balanço em 4 de agosto. Bancos também registram alta, ainda que modestas: Bradesco ON (BBDC3) sobe 0,05%, BBDC4 +0,17%, Itaú Unibanco PN (ITUB4) +0,65% e Santander Unit (SANB11) +0,27%.
Baixas
Ações do setor de varejo estão entre as maiores baixas do índice nesta manhã de segunda-feira. Americanas SA (AMER3), que substituiu os papéis da B2W na semana passada, registra a maior queda (-1,77%, R$ 55). Hering (HGTX3), adquirida recentemente pelo Grupo Soma, recua 1,46% (R$ 38,38). No setor de tecnologia, Locaweb (LWSA3) tem perda de 1,63% (R$ 27,18). Eztec (EZTC3) cai 1,31%, negociada a R$ 27,84, e TIM (#TIMS3) cai 1,19% (R$ 11,67).
Petróleo opera em queda, com apreensão sobre variante Delta
Os contratos futuros de petróleo operam em queda nesta segunda-feira, à medida que a expansão da variante Delta do coronavírus afeta as expectativas de demanda. A China, o maior importador do óleo cru, registrou alta nos casos da covid-19: o país confirmou 76 novos casos positivos nesta segunda-feira, um número recorde desde janeiro. Há o temor ainda do retorno de restrições nos Estados Unidos, alertadas ontem pelo imunologista Anthony Fauci.
“A variante Delta continua a se expandir e a China deve desacelerar suas importações”, disse Avtar Sandu, a gerente sênior do Singapore’s Phillips Futures à Reuters. Há pouco, o tipo Brent para setembro caía 0,18%, cotado a US$ 73,31 o barril; e o WTI para o mesmo mês recuava 0,36%, para US$ 71,81 o barril.
Ibovespa na última semana
O Ibovespa encerrou a sexta-feira (23) em queda, após a divulgação dos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial. Apesar das últimas altas para recuperar as perdas de segunda, o resultado de hoje deixou o índice da B3 com a semana em queda.
O IPCA-15 mostrou que o mês de julho registrou 0,72%, puxado pela alta de 4,79% da energia elétrica. O resultado ficou acima do esperado, o que preocupou o mercado doméstico, principalmente de renda variável.
Já nos Estados Unidos, os principais índices fecharam em alta com as divulgações de balanços trimestrais das empresas listadas em Nova Iorque e as boas expectativas de retomada econômica.
O índice fechou em forte queda de 0,87%, cotado a 125.052,78 pontos. O volume foi abaixo da média, com R$ 20,4 bilhões. Já o dólar fechou de forma estável, com leve queda de 0,05%, cotado a R$ 5,215.
Nos EUA, as bolsas fecharam em alta mais uma vez. O S&P 500 indicou +1,02% (4.411,81), o Nasdaq registrou +1,04% (14.836,99), enquanto o Dow Jones ficou em +0,68% (35.061,69).