
Almejando expandir sua atuação no mercado de cimento do Ceará, a Votorantim Cimentos (VC) inaugura hoje uma nova fábrica do produto. Com aporte de R$ 200 milhões, a Pecém II foi montada em uma área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, junto a uma antiga instalação, de menor porte.
Com a nova instalação, que possui capacidade de fabricação de até 800 mil toneladas ao ano, a empresa passa a contar neste site com volume de 1 milhão de toneladas, somando o que já faz a Pecém I, que opera desde 2008.
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A VC tem no Estado outra unidade industrial, com produção verticalizada – desde o processamento do calcário (em clínquer) até o cimento final, em Sobral. São mais 1,2 milhão de toneladas que já oferta ao mercado cearense, que tem grande parte do consumo concentrado na região metropolitana de Fortaleza, a qual abrange o distrito de Pecém.
Em entrevista ao Valor Econômico, Osvaldo Ayres, diretor financeiro global da VC, ressalta que a realização do investimento, iniciado em 2019, sofreu impacto da pandemia de covid-19.
“As obras civis ficaram paradas de março a setembro e a montagem eletromecânica até outubro. Durante as obras foram empregadas 600 pessoas. “É uma fábrica com tecnologia de última geração em moagem – com moinho vertical -, que tem melhor eficiência energética – 30% inferior ao tradicional”, destaca o executivo.
Álvaro Lorenz, diretor-geral de sustentabilidade, desenvolvimento de produtos e engenharia, informa que a moagem – com alto grau de automatização – tem baixo consumo de água na refrigeração e 60% a menos de emissão de gás carbono.
Isso corresponde a 380 kg de CO2 por tonelada de cimento fabricado. O fator de uso de clínquer (matéria-prima) no moinhos em Pecém era 73,7% – agora será de 30%. Pecém II terá maior utilização de outros materiais durante o processo de produção.
Lorenz afirma que a VC vem num processo contínuo de corte nas emissões de CO2 em suas unidades no Brasil, Américas do Sul e do Norte, Europa e África. “Nossa média global, em 2020, foi de 576 kg por tonelada de cimento. Saímos de 763 kg em 1990 e nosso compromisso, para 2020, é de 520 kg”. Segundo o diretor, a meta é ter carbono neutro em 2050.
Lorenz informa que a produção em Pecém está integrada com a fábrica de Sobral, erguida em 1968 e fica distante 200 km. Essa unidade gera clínquer – matéria-prima principal-, suficiente para atender seus dois moinhos de cimento e a operação de Pecém. O clínquer é levado por ferrovia.
Além disso, um ramal ferroviário de 2,6 km foi construído para ligar a nova linha de produção de Pecém a um Centro de Distribuição em Mucuripe (no entorno de Fortaleza) para reforçar o atendimento do mercado da região.
Ayres afirma que o mercado da região de Fortaleza, que abrange o distrito de Pecém, é bastante atrativo. “E estamos apostando no crescimento do consumo de cimento no mercado cearense e objetivo, com as duas fábricas, é abastecer a demanda do Estado”, diz o diretor financeiro global da VC.
No Ceará, a empresa atua com a marca Cimento Poty – Todas as Obras, ou seja, de uso geral nas atividades de construção civil.
Em 2020, a produção de cimento no Ceará foi da ordem de 2,4 milhões de toneladas, oriunda de VC e da concorrente Apodi, com fábrica integrada em Quixeré e moagem em Pecém. A fábrica de Barbalha, do grupo João Santos, está parada há alguns anos. O consumo do produto no Estado ficou na faixa de 1,9 milhão de toneladas. Dali, podem atender RN, MA, PI e PE.
No Brasil, a líder de mercado tem 27 fábricas (integradas e moagens), que podem fazer 36 milhões de toneladas. Com Pecém e duas aquisições – Canadá e Espanha -, a VC está crescendo 9% neste ano.
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