O Ibovespa opera com fortes perdas nesta segunda-feira (19), abaixo do patamar de 125 mil pontos e alinhando-se aos índices de Wall Street e às bolsas na Europa. Nos mercados internacionais, a aversão a risco dá o tom dos negócios, com o aumento dos casos de coronavírus gerados pela variante Delta.
O índice segue o rumo de baixa ao longo do dia, com investidores acompanhando atentamente os desdobramentos do mercado no exterior e aqui no Brasil. Há pouco, o Ibovespa perdeu os 124 mil pontos; na mínima de 123.734,55pontos, queda de 1,77%. Enquanto isso, o dólar comercial subiu 1,25%, cotado a R$ 5,1793.
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A expectativa é de que principal índice da bolsa (B3) tenha queda acelerada, testando a faixa dos 125 mil pontos, em meio à aversão ao risco no exterior, alimentada pelo acordo entre os maiores exportadores de petróleo (Opep+) e aliados, que prevê o aumento da produção da commodity em 400 mil barris por dia, a partir de agosto, além dos temores relacionados ao avanço de variantes do coronavírus pelo Ocidente.
Por aqui, o recesso parlamentar em Brasília desloca o foco para a agenda econômica, com destaque para a temporada de balanços.
A variante delta do novo coronavírus, mais facilmente transmissível, está causando apreensão em diversos setores econômicos globais. Com isso, a retomada da economia está cada vez mais em xeque. Para impedir a disseminação dessa nova variante, países euroupeus já adotam novas restrições semelhantes ao do ínicio da pandemia, em março de 2020.
O mercado também deve acompanhar a evolução dos casos de covid-19 nos EUA, após grande aumento de novas infecções na última semana. O país foi um dos primeiros a iniciar a vacinação em massa. Por isso, o número de casos por lá pode indicar o rumo da pandemia no restante do mundo e influenciar as principais bolsas no mundo.
Destaques
Apenas dois papéis de frigoríficos sobem no Ibovespa nesta manhã de segunda-feira de mau humor no mercado. Marfrig (MRFG3) registra alta de 2,39% (R$ 19,28) e JBS (JBSS3) avança 1,15% (R$ 28,95). Telefônica (VIVT3) reduziu ganhos e opera estável, com leve alta de 0,02%, a R$ 41,22.
Petrobras é bastante machucada, pelo tombo do preço do petróleo: PETR3 cai 2,65% e PETR4 -2,66%. Siderurgia e mineração vão na mesma trilha, pois alongamento da pandemia implica redução da demanda. Vale ON (VALE3) cai 1,75%, Usiminas PNA (USIM5) -4,19%, CSN ON (CSNA3) -3,80%, Gerdau PN (GGBR4) -2,61% e Gerdau Metalúrgica PN (GOAU4) -2,04%.
Bancos acompanham ao ambiente negativo. Bradesco ON (BBDC3) cai 1,28% e BBDC4 -1,23%. BTG Pactual (BPAC11) -1,07%, Itaú Unibanco PN (ITUB4) -0,76% e a Unit do Santander (SANB11) -0,48%. Há pouco, o Ibovespa recuava 1,38%, aos 124.220,76 pontos.
Americanas lidera baixas
Após fortes altas da B2W na sexta-feira (16), último dia em que a ação foi negociada, Americanas SA (AMER3) estreia substituindo o papel liderando as perdas do Ibovespa nesta segunda-feira. Há pouco, o papel recuava 5,90% (R$ 63,99). Já a queda dos preços do petróleo, após a decisão da Opep+ de elevar a produção, afeta Petrorio (PRIO3) que recua 4,40% (R$ 18,02).
A tensão sobre a disseminação da variante delta na Europa e a confirmação de novos casos no país também afeta a procura por ações nesta segunda-feira, como Azul (AZUL4), que tem perda de 3,60% (R$ 39,04). No caso das siderúrgicas, pesa a queda de 0,18% do preço do minério de ferro em Qingdao (para US$ 221,04 a tonelada): CSN (CSNA3) -3,49% (R$ 43,14) e Usiminas (USIM5) -3% (R$ 18,75).
Os temores sobre a variante também afetam os papéis de companhias aéreas. Por aqui, o setor de viagens e turismo é afetado também pela alta do dólar, que avança mais de 1,50%. Há pouco, Azul (AZUL4) recuava 3,63% (R$ 39,03); Gol (GOLL4) -4,40% (R$ 20,63) e CVC (CVCB3) -3,54% (R$ 24,76).
Petrobras segue petróleo e opera em baixa
Os papéis da Petrobras operam em baixa nesta segunda-feira, dia em que os preços do petróleo no mercado internacional registram fortes recuos (Brent: -5,49% ; WTI: -5,98%) como consequência da decisão da Opep+ de elevar a produção da commodity em 400 mil barris por dia a partir de agosto. Além disso, as preocupações com a disseminação da variante delta da covid-19 (mais contagiosa) disparam aversão ao risco em todo o mundo. Há pouco, Petrobras ON (PETR3) -2,47% (R$ 26,53) e Petrobras PN (PETR4) -2,47% (R$ $ 26,02).
Ibovespa e dólar na sexta
Na última sexta-feira, o Ibovespa encerrou a semana em nova queda, acompanhado mais uma vez com as incertezas do mercado externo. As falas de Jerome Powell ainda repercutem no mercado sobre os dados mistos sobre a inflação dos Estados Unidos.
O índice finalizou o dia em queda de 1,18%, aos 125.960,26 pontos. O volume movimentado foi de R$ 30,3 bilhões. Já dólar fechou praticamente estável, com alta leve de 0,01%, cotado a R$ 5,115.
Boletim Focus
Nesta manhã, o Banco Central (BC) divulgou o Boletim Focus, produzido a partir de consultas com economistas de mais de 100 instituições financeiras, que reúne projeções para o mercado financeiro ao fim de 2021.
Segundo o relatório, a mediana do mercado aponta que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, passou de 6,11%, reportados na semana passada, para 6,31%. – mais uma vez acima da meta de 3,75%, com intervalo de tolerância que pode variar de 2,25% a 5,25%.
As projeções para taxa Selic subiram de 6,63% para 6,75%. Já a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 passou de 5,26% para 5,27%, de acordo com o material. O dólar foi mantido R$ 5,05.
Para 2022, segundo o mercado financeiro, as projeções do IPCA foram mantidas em 3,75% – considerado o centro da meta de 3,50% no ano que vem.
Já o PIB, antes projetado para o crescimento de 2,09%, foi revisado para 2,10%.As projeções para a Taxa Selic foram mantidas em 7,00% e o dólar permaneceu no patamar de R$ 5,20.
Petróleo em queda após decisão da Opep+
Os contratos futuros de petróleo operam em queda acentuada, após a Opep+ ter chegado a um acordo neste fim de semana. O acerto permite o aumento da oferta de petróleo em 400 mil barris por dia até o fim de 2022 e entra em vigor em agosto. “o aumento de produção é bearish para o mercado no curto prazo. Mas, no longo, é positivo porque o quartel mostrou coesão”, afirmou Jefrey Halley, analista sênior da Oanda ao Markets Insider.
Mas há um complicador: o aumento da variante Delta em nível global, o que pode significar redução da demanda. Há pouco, o Brent para setembro recuava 2,60%, cotado a US$ 71,68 o barril; e o WTI para agosto caía 2,77%, para US$ 69,58 o barril.
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