
A Le Postiche, que sofreu impacto com a crise econômica causada pela pandemia de coronavírus, apresentou no mês passado um plano de recuperação judicial aos credores. Com R$ 64,6 milhões em dívidas, a empresa propôs aos credores que nos primeiros 12 meses sejam pagas as dívidas trabalhistas. A partir daí, o prazo de pagamento a outros credores seja remanejados para 15 anos, com depreciação de até 70%. A expectativa é de que aconteça até novembro uma assembleia para a realização da avaliação do plano.
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A varejista soma R$ 3,4 milhões em dívidas trabalhistas com quase 200 colaboradores e para este caso, especificamente, não é previsto depreciação.
Além disso, a dívida da empresa ainda se divide em outros dois grupos de credores, que são com os bancos e fornecedores. O valor da dívida são de R$ 21,1 milhões e R$ 29 milhões, respectivamente. No entanto, para essas categorias de credores, há deságio. Mas “credores estratégicos” ou “credores parceiros”, que são aqueles que seguem mantendo negócios com a empresa, têm melhores condições para receber. Existe ainda o valor de R$ 11,1 milhões de empréstimo de sócio, cujo pagamento acontece após o término aos credores.
“Conseguimos colocar a empresa em um ponto de equilíbrio. Não produz mais prejuízo. Desde o pedido de recuperação não precisou pedir empréstimos, as compras são feitas à vista e o nível de estoques está bom”, argumenta Luís Alberto Paiva, presidente da Corporate Consulting, empresa contratada para assessorar a varejista em recuperação judicial. A companhia, no período de crise, 35 lojas. Atualmente são 45 lojas próprias e 93 franquias.
A Le Postiche tem operado com 60% do patamar de antes da pandemia e hoje o faturamento já é superior, disse a empresa. A expectativa da varejista para 2021 é de que cheguem a R$ 90 milhões, anteriormente, Paiva informou que as vendas giravam em torno de R$ 60 milhões.
“Ainda não está claro o que é consumo represado, mas o que temos visto no último mês é um assentamento da pandemia e recuperação da economia. O movimento de Natal vai ser muito importante para balizar”, diz o presidente da companhia.
No radar está a retomada do mercado de turismo. A rede prevê que a demanda por malas de viagem se aqueça a partir de setembro, após o término da primeira dose da imunização e volta às aulas.
A companhia também considera mudanças nos negócios. Atualmente, a varejista de bolsas e acessórios atua somente com duas lojas de rua, e isso deve ser uma nova aposta para inaugurações. Diante disso, o executivo disse que a oferta poderá ir além de malas e bolsas. “Estamos analisando. É importante que tenha uma diversificação de suas atividades, com a operação tendo margem de contribuição mais significativa e com atuação mais digital.”
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