
A pandemia acelerou mudanças de hábitos e, até mesmo as pessoas que não estavam acostumadas a usar recursos digitais, tiveram de se adequar. De acordo com dados do índice MCC-ENET, Indicador de Consumo, o Brasil cresceu 73,88% no ano passado. Analistas fizeram sua avaliação, em entrevista exclusiva à BM&C News, e falaram de expectativa para o setor.
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“Olhando para 2022, com a economia não crescendo tanto, a gente pode ver sim uma volta dessas empresas de tecnologia, que crescem a ritmo bem forte, até por conta do cenário todo que a gente está vivendo hoje”, analisou Luis Alves, estrategista-chefe da Guide Investimentos.
Em relação aos resultados do primeiro semestre deste ano, Luiz não viu bom desempenho: “A gente viu o primeiro semestre de empresas de tecnologias sem ganhos relevantes, a maioria das empresas praticamente estáveis em termos de valorização”, avaliou.
Mateus Messias, analista da Inside, destacou que houve um crescimento exponencial para as techs e citou a Amazon: “Aconteceu em 2020, elas tomaram o lugar de empresas que muito possivelmente tinham operações não dentro de tecnologia ou online”.
Diante disso, a expectativa de Mateus para o segundo semestre deste ano é de mais crescimento: “A gente viu, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, uma mudança de comportamento que a gente entende que é perene. As pessoas mudaram a forma delas de consumir e elas foram obrigadas a ser inseridas em outro contexto com novas ferramentas e que elas viram que funcionam”, destacou.
Fazendo uma comparação do ano anterior para 2021, o analista da Inside cita players institucionais e a “velha economia”: “O que a gente consegue enxergar no mercado hoje,de 2021 em relação a 2020, é um pouco de rotação na carteira dos grandes players institucionais. Então no ano passado, empresas que a gente chama da ‘velha economia’, que foram muito impactadas pela crise, o mercado começou a se posicionar nas empresas de techs e foram justamente as grandes vencedoras da pandemia”, avaliou.
“Passada essa crise agora, existe uma grande expectativa do mercado, principalmente sobre a economia americana, de que vai haver sim uma inclinação da curva de juros, a longo prazo e isso tem um impacto sobre as empresas de tecnologia”, frisou Mateus.
Ainda, Mateus explicou que os investidores tendem a fazerem suas aplicações visando em receber um retorno dos lucros em um futuro próximo: “ Como existe a expectativa de que a taxa de juros vá estar alta no momento que esses lucros foram de fato realizados pode haver alguma complicação e até mesmo a taxa de perpetuidade de crescimento dessas empresas podem ser impactadas. Com isso, o valuation já não se torna tão atrativo assim”, disse o analista.
Por fim, Mateus disse que o movimento de migração de players institucionais para as empresas da “velha economia” não passa de um movimento de mercado. Além disso, o analista completou dizendo que enxerga um forte potencial de crescimento que deu início com a pandemia e tende a se perpetuar em 2021.