O dólar opera em queda de 1,05%, aos R$ 5,092 e, nos Estados Unidos, os índices estão operando perto da neutralidade

O Ibovespa opera em leve alta nesta quarta-feira (2), com o mercado batendo uma nova máxima histórica e tentando ultrapassar a barreira dos 130 mil pontos. Por volta das 14h29, o principal índice da bolsa brasileira (B3) operava em alta de 0,77%, aos 129.260,57 pontos.
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O dólar opera em queda de 1,05%, aos R$ 5,092 e, nos Estados Unidos, os índices estão operando perto da neutralidade. Por volta das 14h31, o S&P 500 estava 0,02% e o Nasdaq caindo 0,14%.
Confira os destaques desta quarta:
Produção industrial cai 1,3% em abril ante março, revela IBGE
A produção industrial caiu 1,3% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quarta-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a abril de 2020, a produção subiu 34,7%. A indústria acumula alta de 10,5% no ano de 2021. Em 12 meses, a produção contabiliza alta de 1,1%.
A produção da indústria de bens de capital cresceu 2,9% em abril ante março. Na comparação com abril de 2020, o indicador avançou 124,9%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo IBGE. No acumulado em 12 meses, houve elevação de 5,1% na produção de bens de capital.
Em relação aos bens de consumo, a produção registrou queda de 0,9% na passagem de março para abril. Na comparação com abril de 2020, houve elevação de 41,2%. No acumulado em 12 meses, a produção de bens de consumo diminuiu 2,7%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, a produção avançou 1,6% em abril ante março. Em relação a abril de 2020, houve alta de 431,7%. Em 12 meses, a produção diminuiu 5,7%.
Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve redução de 0,9% na produção em abril ante março. Na comparação com abril do ano anterior, a produção subiu 17%. A taxa em 12 meses ficou negativa em 1,9%.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção caiu 0,8% em abril ante março. Em relação a abril do ano passado, houve uma alta de 25,7%. No acumulado em 12 meses, os bens intermediários tiveram alta de 3,1%.
O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou queda de 1,5% em abril, segundo o IBGE.
BTG supera valor de mercado da XP
São Paulo – A disputa entre XP e BTG Pactual por agentes autônomos de investimento teve reflexos no valor das ações das duas companhias. No mês de maio, os papéis do BTG, negociados na B3, subiram 13%, enquanto os da XP, listados na Nasdaq, em Nova York, ficaram no zero a zero. Com isso, o valor de mercado do BTG ultrapassou o da rival.
Na segunda-feira, 31, o BTG tinha valor de mercado de R$ 147,4 bilhões, e a XP, de US$ 22,2 bilhões, ou R$ 115,8 bilhões. Desde o dia 17, o banco controlado por André Esteves está à frente em termos de valor de mercado, o que se explica pela baixa do dólar, que reduz o total da XP em reais, mas também pela perda de ímpeto da ação da corretora. Em múltiplos entre preço e lucro do negócio, porém, a ação da XP está mais cara: é equivalente 42,1 vezes, versus 21,4 vezes do BTG.
Dados da Economática mostram que o BTG também passou a valer mais que a XP em dólares – algo que não acontecia de forma consistente desde dezembro de 2019. Os números consideram o valor do banco dividido pelas cotações da moeda americana em relação ao real.
Essa inversão de desempenho é explicada pelos últimos movimentos do BTG, que entre a conquista de escritórios de agentes antes credenciados à XP e aquisições como a da Universa (dona da Empiricus). “A expectativa do mercado para o crescimento do BTG aumentou bastante”, diz Henrique Esteter, analista da Guide. Esse otimismo levou a ação a subir com o anúncio de que o banco captará até R$ 3 bilhões em uma nova oferta de ações.
Mas a XP é um rival forte. Em relatório divulgado na última semana, o Credit Suisse ponderou que, mesmo em um cenário de mais concorrência, a XP tende a aumentar em 31% ao ano o volume de ativos sob custódia, em 2021 e em 2022, ante um crescimento de 10% do mercado.
Segundo o Credit, a redução da rede de agências por bancos tem causado uma migração de investimentos para os agentes autônomos. Exatamente por isso, a competição por agentes é decisiva. “O horizonte de médio prazo (da XP) continua muito mais incerto, dado que o BTG continua a ‘cutucar’ a base de agentes de investimento da XP (o que pode reduzir o crescimento futuro)”, escreveram os analistas Marcelo Telles e Alonso Garcia.
Disputa
O discurso da XP é de que seus maiores concorrentes são os bancos, e não outras plataformas. Mesmo assim, a companhia começou a responder à estratégia do BTG, dando ouvidos aos anseios de seus maiores agentes autônomos que querem se tornar corretoras.
O BTG Pactual e a XP carregam DNAs diferentes e seus negócios se cruzaram apenas nos últimos anos, quando o banco decidiu ingressar no segmento de varejo. Ao mesmo tempo, a corretora criada por Guilherme Benchimol se estrutura como banco, rivalizando com o BTG.
“Ninguém espera que a XP se desfaça dos agentes. Ela vai ampliar a atuação em outros mercados”, diz o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV/Eaesp, William Eid. O professor acrescenta que o BTG, no entanto, descobriu nos agentes e no varejo um tremendo filão. “O BTG tem atuado com força, oferecendo luvas (aos agentes), por exemplo”, diz Eid.
Os agentes são fundamentais para as plataformas de investimento porque dão a elas capilaridade, inclusive regional, especialmente com o enxugamento da rede de agências dos grandes bancos. Desde sua fundação, a XP foi a plataforma que deu atenção a esse público, que se tornou uma das maiores alavancas de seu crescimento.
Para um especialista que acompanha de perto a movimentação dos rivais, o BTG tem sido premiado pela iniciativa de erguer um negócio de varejo digital anexo a um negócio financeiro já rentável. “Está usando a vaca leiteira para investir em um negócio digital”, diz o analista, que pediu anonimato.
*Com informações do Estadão Conteúdo