A fraude, que se estendeu por 40 anos, teve uma perda total de R$ 64,8 bilhões.
O investidor norte-americano Bernard Madoff morreu nesta quarta-feira (14), aos 82 anos, após um quadro terminal de doença nos rins. Madoff estava cumprindo parte de sua pena de 150 anos na prisão federal da Carolina do Norte, após ser condenado em 2009 por comandar o maior esquema de pirâmide financeira da história, no valor de US$ 20 bilhões.
Como funcionava o esquema
Madoff iniciou no setor de investimentos nos anos 60, focado no uso de tecnologias computacionais e em atender investidores institucionais, que na época eram maiores que os investidores de varejo em Wall Street. Por conta de seus acertos, Madoff foi considerado como um guru do mercado financeiro.
A fraude começou na mesma década, se baseando em relatórios financeiros fabricados e na confiança que os fundos de investimentos tinham em Madoff. Para se ter uma noção, o empresário norte-americano era conhecido por render “como um reloginho”. De forma simples, na fraude, os investidores recebiam os lucros em dinheiro que seria pago mais tarde por outros investidores. Contudo, toda a operação era cercada de mistério, até mesmo as auditorias independentes, que eram realizadas por uma empresa dos subúrbios ligada a um único indivíduo, eram suspeitas.
Posteriormente, investigações comprovaram que Bernoff passou anos sem sequer executar ordens de compra e venda para os clientes de sua empresa. Os valores iam para uma conta bancária, utilizada para pagar o resgate de clientes antigos.
O esquema começou em um pequeno grupo de amigos e conhecidos de country clubs de Manhattan e Long Island e no decorrer das décadas começou a incluir organizações filantrópicas, universidades e famílias ricas da Europa e América Latina. Entre as vítimas mais famosas, esteve o diretor de cinema Steven Spielberg e o Nobel da Paz Elie Wiesel.
É estimado que 37 mil clientes em 136 países, entre eles o Brasil, tenham sido afetados pela fraude. Ao todo, foram perdidos US$ 64,8 bilhões.