Taxa básica de juros deve continuar subindo
Desde outubro de 2016, o Copom (Comitê de Política Monetária), estava baixando a taxa básica de juros (Selic), que chegou a atingir os 14,25% em agosto de 2015, mas no mês passado, houve uma alta de 0,75%, passando de 2% para 2,75%. Este é o inídice responsável por medir a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para títulos federais.
A expectativa é que a taxa básica de juros continue subindo, devido às pressões econômicas causadas pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o Copom, a Selic deve chegar a 4,5% ainda esse ano e 5,5% em 2022. Além disso, a expectativa de inflação para 2021, 2022 e 2023 está em torno de 4,6%, 3,5% e 3,25%, respectivamente, de acordo com pesquisa realizada pela Focus.
Apesar disso, o Copom entende que, apesar das dificuldades encontradas com a pandemia, os indicadores mostram que o Brasil já está apresentando uma recuperação econômica, principalmente devido ao auxílio emergencial e ressalta que, os programas de imunização contra a COVID-19 devem promover uma recuperação mais robusta. Contudo, alerta que as incertezas provocadas pelo aumento do número de casos de novos infectados estão acima do usual.
Quais os impactos da alta da Selic?
Valuation das empresas
Normalmente as empresas acabam assumindo dívidas para adquirir novos ativos ou ter um maior fluxo de caixa. Caso estes empréstimos estejam atrelados a Selic, as dívidas acabam ficando maiores, fazendo com que o cálculo de valuation possa diminuir. Neste cenário, a empresa terá mais dívidas ou um valor menor de ativos em comparação ao antes e depois do aumento da Selic, o que até pode resultar em uma pequena queda das ações.
Investimentos em Renda Fixa
Com a alta da Selic, a Renda Fixa pode ficar mais atraente, devido a relação risco x retorno, pois quanto maior a taxa, maior será a segurança do investidor. De acordo com Marília Fontes, Head de Renda Fixa da Nord Research, este é o momento de movimentar os ativos da carteira, no entanto, não necessariamente por conta da decisão do Copom. Neste caso, segundo ela, o mercado já havia “precificado” esta movimentação.
“Acho que é hora de mexer na carteira de Renda Fixa, sim, mas não por causa do Copom porque a alta [da Selic] já está precificada. Mas está na hora de mexer pelo que está acontecendo com o juros mundiais”, avaliou em entrevista à BM&C News.
Desestímulo para os empreendedores
Diferentemente do caminho para os investidores, os empreendedores acabam ficando desestimulados a pegarem empréstimos para investirem em seu negócio, tendo em vista que vão pagar mais nos juros. Fazendo com que a economia gire mais devagar.
(Supervisão de Marianne Paim)